sábado, 14 de dezembro de 2013

14/dezembro/2013 - Há 55 aviões fora de operação nos pátios de 12 aeroportos brasileiros 

Leiloadas há um ano e meio, duas aeronaves esperam que os novos donos façam a retirada da área do aeroporto Salgado Filho

Doze aeroportos do país, inclusive o Salgado Filho, em Porto Alegre, converteram-se em depósitos para aeronaves que não podem voar e apodrecem ao relento, além de atravancar terminais já congestionados. Atualmente, 55 aviões fora de operação permanecem em local impróprio no país, à espera de leilão ou para serem retirados por seus novos proprietários.
Terminais do Amazonas e de São Paulo são os que guardam o maior número de aeronaves fora de uso. No Aeroporto Internacional Salgado Filho, a situação é incomum. No final de junho de 2012, dois antigos Boeing da Varig – que faliu em 2006 – foram arrematados em leilão. Mas continuam no mesmo lugar, deteriorando-se, porque os novos donos ainda não os removeram.
As justificativas diferem. A Flight Escola de Aviação, de Porto Alegre, comprou um Boeing 737 para servir de auxílio na instrução a alunos de mecânica e futuros comissários de voo e pilotos. Presidente da empresa, Aldo Lisboa anuncia que pretende levar a aeronave em fevereiro próximo, para usá-la em aula.
– É difícil falar em prazo, mas esperamos que a aeronave esteja reconstituída em fevereiro – disse Lisboa, que prefere não revelar o preço pago em leilão.
Outro arrematante, o empresário Claudio Brueckheimer, não quis se manifestar sobre o assunto. Disse que a sua assessoria de imprensa dará informações mais adiante, quando os planos estiverem prontos.
A Infraero em Porto Alegre confirma que as duas aeronaves da Varig seguem no espaço interno do terminal. Segundo a estatal, como estão longe das pistas e da área de manobra, não provocariam transtornos diretos. Para fotografá-las, ZH precisou recorrer a uma autorização judicial. As aeronaves estão lacradas, o que impede a verificação das condições de sanidade.
A Infraero informa que é apenas depositária de aviões que pousaram, mas não puderam mais decolar devido a disputas judiciais. Assegura que não há prejuízo ao movimento nos terminais e para as frotas das companhias aéreas em atividade.
Quem assumiu a tarefa de desobstruir os aeroportos foi o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que lançou o Programa Espaço Livre. Desde fevereiro de 2011, 38 aviões de companhias falidas foram adquiridos nos leilões realizados. Na segunda-feira, o CNJ realiza mais um leilão para venda de quatro aviões da Vasp estacionados em Salvador, Guarulhos, Brasília e São Luís. São as últimas das 27 aeronaves da Vasp que pararam depois da falência da empresa, em 2008. Os preços variam de R$ 28 mil a R$ 60 mil.
Os quatro remanescentes da Vasp foram classificados pela Agência Nacional de Aviação Civil como "perecidos e não aeronavegáveis". Três deles foram leiloados anteriormente, mas a negociação não se concretizou devido a problemas com o depósito judicial.

Aeronaves sem condições de operar estacionadas em 12 terminais
Manaus: 11 (diversas companhias aéreas)
Guarulhos (SP): 8 (diversas companhias aéreas)
Rio de Janeiro: 8 (diversas companhias aéreas)
Brasília: 7 (Vasp, Transbrasil e Interbrasil)
Campinas (SP): 6 (diversas companhias aéreas)
Fortaleza: 5 (maior parte da empresa TAF)
Salvador: 3 (Vasp)
Recife: 2 (Vasp) 
Porto Alegre: 2 (Varig)
São Luís: 1 (Vasp)
Campo Grande: 1 (Ardennes Delta)
Belo Horizonte: 1 (Vasp)
Remoção é complicada
Comprar uma aeronave fora de uso em leilão até que é fácil. O complicado é removê-la, devido ao tamanho e às dificuldades de transporte. Para a retirada de dois Boeing 737-200 pertencentes à Vasp do aeroporto de Brasília, foi necessário desmontá-los em operações cercadas por medidas de segurança. Os dois aviões foram arrematados em setembro, num leilão realizado para pagar os credores da massa falida da Vasp.
Para dar solenidade à limpeza dos aeroportos, o Programa Espaço Livre, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), programou um ato para o início do próximo ano, no terminal da capital federal. Devem participar o corregedor do CNJ, ministro Francisco Falcão, e o ministro da Secretaria da Aviação Civil, Moreira Franco, entre outras autoridades.
Tanto o desmonte quanto o transporte das aeronaves são de responsabilidade de quem as arrematou no leilão. Fonte: http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/

Nenhum comentário:

Postar um comentário