quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Empresas querem usar dirigíveis para transportar cargas na Amazônia

Aiana Freitas
Do UOL, em São Paulo
Compartilhe23106
 Imprimir Comunicar erro
Ampliar

Dirigível já foi usado para segurança, propaganda e transporte; relembre16 fotos

1 / 16
Algumas empresas estudam usar dirigíveis para transportar cargas na Amazônia. Esta imagem mostra o modelo da brasileira Airship. Clique nas fotos acima para ver mais detalhes dos projetos e relembrar a história dos dirigíveis pelo mundo Divulgação
Os dirigíveis, que viveram sua era de ouro nos anos 1930 transportando passageiros e entraram em desuso após o incêndio do modelo alemão Hindenburg nos Estados Unidos, poderão voltar a ser vistos em breve no céu brasileiro.
Pelo menos essa é a expectativa de empresas que estudam usar aeronaves desse tipo para transportar cargas pela Amazônia.
Elas dizem que os dirigíveis poderiam ajudar a driblar os problemas de infraestrutura que afetam a região, que carece de boas rodovias.
O especialista em logística Augusto Rocha afirma, porém, que eles têmdesvantagens com relação a aviões e barcos, como o fato de não voarem a uma velocidade muito alta e o custo elevado da tecnologia.

Torres de energia carregadas pela floresta

Uma das empresas que apostam no modelo é a brasileira Airship, que recentemente fechou seu primeiro contrato.
A empresa vai produzir dirigíveis para a Eletronorte transportar torres de transmissão, equipamentos e funcionários até a floresta. Eles são movidos a gás hélio (que não é inflamável como o hidrogênio usado no passado).
O dirigível da Airship, chamado de ADB-3, tem 130 metros de comprimento por 35 metros de diâmetro. Segundo a empresa, ele voa a uma altitude de até 500 metros, atinge até 120 km/h, e tem capacidade de transporte de até 30 toneladas.
Como comparação, o Boeing 747-8 é menor (76,4 metros de comprimento), mas tem capacidade maior de transporte de cargas (até 135 toneladas) e voa a até 913 km/h.
O projeto de desenvolvimento e construção do dirigível conta com uma linha de financiamento do BNDES de R$ 102 milhões e é tocado em São Carlos, interior de São Paulo. A data de entrega dos dirigíveis não foi informada, nem o custo previsto de tonelada transportada.
A Airship informa que planeja, futuramente, produzir dirigíveis que comportem cargas maiores (até 200 toneladas) e possam transportar grãos pelo país. Poderiam, ainda, ser usados pelo governo no monitoramento de fronteiras.

Carga e descarga de barcos em tempos de seca

Assim como no caso da Airship, o foco principal da também brasileira Munguba Soluções Ambientais (Musa) é o transporte de carga pela Amazônia. A empresa vai usar dirigíveis e balões desenvolvidos pela alemã CargoLifter.
"Nossa proposta é fazer carga e descarga de produtos em barcos, que muitas vezes não conseguem chegar até os portos, especialmente na época da seca", afirma o diretor administrativo da Musa, Stefan Keppler.
Segundo ele, os balões poderiam ser usados, também, para erguer estruturas pesadas. "Para usar um guindaste, é preciso de um terreno estável, e a terra na Amazônia não proporciona essa condição", diz.
A empresa, porém, ainda não conseguiu tirar o projeto do papel por falta de financiamento e de um parceiro que aposte na tecnologia.
No começo deste ano, a britânica Hybrid Air Vehicles (HAV) lançou o Airlander, criado também para ser usado no transporte de cargas. O projeto conta com investimento do roqueiro e piloto profissional Bruce Dickinson, vocalista da banda Iron Maiden.
http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2014/10/29/empresas-querem-usar-dirigiveis-para-transportar-cargas-na-amazonia.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário