terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Durante sua campanha presidencial Donald Trump não perdeu a oportunidade de criticar mais um setor das atividades econômicas dos Estados Unidos: a indústria da aviação civil. Suas críticas visaram, especificamente, vários aeroportos, chamando-os de ‘terceiro mundo’. Ele não está sozinho: o ex-vice-presidente dos EUA, Joe Biden é da mesma opinião, tendo como alvo principal o Aeroporto de La Guardia (foto), atacado em 2014.
 A verdade é que o setor da aviação civil norte-americana necessita, urgentemente, de uma revisão, pois se trata de um setor crítico para a economia do país: transporta 900 milhões de passageiros por ano, e é responsável por US$ 1,5 trilhão da atividade econômica, perto de 12 milhões de empregos e, em 2012, representou 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA. Seu superávit comercial de US$ 83 bilhões em 2015 foi o maior entre todas as atividades industriais no país.  
Enquanto os EUA são, há muito, reconhecidos como sendo o padrão de excelência em tecnologia e segurança de voo, eles estão ficando para trás em termos de inovação: para começar, o futuro crescimento dos aeroportos para fazer frente ao aumento do tráfego de passageiros exige uma intervenção criativa pois, mesmo nos dias atuais, os custos econômicos dos atrasos e congestionamentos se acham na casa dos bilhões de dólares.
 Cerca de 30 dos principais aeroportos são responsáveis por 72% dos passageiros. O controle do tráfego aéreo, por outro lado, é uma relíquia da Segunda Guerra Mundial e mesmo as tentativas de modernizá-lo a partir dos anos 1980, têm sido lentas.
Atrair sangue novo para a indústria da aviação, para compensar – no ar ou em terra –, o número de aposentados ou mesmo o crescimento na aviação civil, não tem sido tarefa fácil: remuneração baixa durante anos para pilotos, carência em programas de treinamento e qualificação para especialistas em manutenção e a pura falta de motivação para ingressar na profissão estão entre os principais problemas.
Com a crescente conectividade dos sistemas da aviação, a segurança cibernética tornou-se um risco iminente, com uma preocupação cada vez maior com os potenciais pontos de acesso – dos equipamentos de controle do tráfego aéreo até as próprias aeronaves para as incursões de hackers e terroristas. O próprio advento dos drones criou seu elenco de problemas como colisões aéreas, segurança contra atividades ilegais e invasões de privacidade. 
Os problemas enfrentados pela aviação são complexos e abrangentes e muitos vão exigir tempo e paciência para sua solução. Por outro lado, a reputação dos EUA com relação à segurança de voo e inovação, devem ser motivação suficiente para que Washington arregace as mangas para enfrentá-los.


Original: http://aeromagazine.uol.com.br/artigo/trump-critica-aviacao-civil-dos-estados-unidos_3157.html#ixzz4WiJvTOQt
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