domingo, 27 de novembro de 2016


Na hora do pouso do avião, nem sempre o mais suave é o melhor
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Todos a Bordo
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Foto: Divulgação
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Não é incomum ver passageiros animados (ou aliviados) aplaudirem o comandante depois de um pouso. Ou por ter conseguido aterrissar em segurança, ou porque a manobra foi feita de forma bastante confortável, quase sem atritos na pista.
A surpresa é que nem sempre um pouso suave é um bom pouso, como escreve o piloto Jonathan Franklin no blog da companhia aérea KLM. “Uma das grandes falácias da aviação é que um pouso suave é um bom pouso. Isso nem sempre é verdade. Mesmo sendo mais confortável para os passageiros, a menos que as condições estejam perfeitas e a pista seja longa, um pouso suave pode ser algo ruim”.
Ele afirma que, em um pouso muito suave, o avião continua meio que voando, então precisa ser controlado com ainda mais atenção. Além disso, se a pista estiver molhada, o piloto também deverá fazer uma aterrissagem firme. “Por conta da velocidade do pouso, a água da pista não consegue se dispersar por baixo dos pneus em um pouso suave, e o trem de pouso vai patinar na superfície da água”.
Se a pista for bastante longa, a necessidade de aterrissar de forma mais firme será amenizada. De qualquer forma, seja o pouso suave ou mais duro, o passageiro deve saber que foi realizado de forma segura, como destaca o comandante da Gol, Leonardo Constant. “O bom pouso é o pouso seguro, feito com a manobra correta, com o toque na pista no ponto certo. A partir daí, podem ser mais macios ou mais duros, mas está dentro dos parâmetros de segurança”.
Ventos
Outro fator que interfere nas condições de pouso é a direção do vento. “Às vezes o passageiro questiona: ‘o dia está sem nuvem e o piloto teve de arremeter?’ Isso acontece por causa do vento”, diz o comandante da Gol Leonardo Constant.
O vento de proa, aquele que atinge o avião de frente, auxilia o processo de frenagem, facilitando o pouso. Neste caso, mais uma vez, o comprimento da pista também deve ser considerado porque, em uma pista curta, a frenagem do avião terá de ser mais forte.
A internet está cheia de vídeos impressionantes de pousos em condições difíceis relacionadas ao vento, mas muitas vezes a imagem assusta mais quem está vendo do lado de fora do que o passageiro que está dentro do avião. “A imagem dos vídeos é impressionante, mas do lado de dentro a sensação é mais de uma turbulência, uma percepção de balanço”, diz Constant.
Só acaba quando termina
Outro aspecto para o qual o piloto da KLM chama a atenção é o fato de que o pouso não termina quando o avião toca o solo. “Apesar de ser raro qualquer coisa dar errado neste ponto, o avião ainda está em alta velocidade e, portanto, um pouco instável”.
“O pouso só acaba quando nós livramos a pista e iniciamos o taxiamento”, confirma Constant. Por isso, é muito importante seguir o aviso de manter os cintos afivelados até que o sinal luminoso seja desligado.
Piloto automático
O comandante Franklin diz ser mito que os pilotos utilizam o piloto automático o tempo todo. “Embora os aviões sejam capazes de pousar automaticamente, o piloto automático deve ser usado em condições de má visibilidade”.
“Mesmo quando o pouso é feito com o piloto automático, um dos pilotos ainda estará de olho nos controles, para o caso de alguma coisa indesejada acontecer. Isso garante que o pouso será finalizado com segurança”, diz.
O comandante da Gol explica que há aviões preparados para o uso do piloto automático no momento da aterrissagem, e pistas também preparadas para o uso do sistema, já que o processo também depende de instrumentos localizados no chão.

http://todosabordo.blogosfera.uol.com.br/2016/11/26/na-hora-do-pouso-do-aviao-nem-sempre-o-mais-suave-e-o-melhor/


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